quinta-feira, 29 de julho de 2010

Mochilão SP: Centro histórico



Como pode a gente andar tanto pelos lugares e nunca conhecê-los de verdade?
Sabe o lance de ver, mas não enxergar?

É assim que me sentia com o centro da cidade onde eu moro, São Paulo.
O centro sempre esteve no meu roteiro. Quantas vezes não fui a Galeria do Rock, ali na 24 de maio e São João, ou no Centro Cultural Banco do Brasil na Álvares Penteado, mas sempre correndo, de olho na bolsa, com aquele medo que, a violência que sempre vemos na Tv e os relatos de pessoas assaltadas na região, me dava.
Mas... quando li Expedições Ubernauta SP, resolvi que o medo não seria mais uma barreira para eu andar na cidade onde moro. Não só andar, como conhecê-la, conhecer suas histórias.
Foi ai que decidi sair pelo centro olhando sua real beleza escondida pela sujeira e violência que o domina. Deixei o medo de lado e comecei a clicar a bela arquitetura dos prédios, postes e monumentos.
Ok, eu sei que fotografia e montagens não é meu forte, mas vamos falar do que interessa: as sensações que o centro me provocou quando decidi olhá-lo de forma diferente.
Não só os sons comunicam, de fato o olhar diz muito e sempre ouvimos isso por aí, quando dizem que o olhar de alguém diz mais do que mil palavras, mas  o olhar que falo aqui não é o dos outros e sim o nosso olhar sobre as coisas.
Só de olhar o centro de uma forma nova, pude realmente enxergar belezas que antes não via. Como os detalhes do prédio da Secretaria da Justiça, que fica ao lado do Pátio do Colégio, local onde São Paulo nasceu e as cores maravilhosas e quentes do interior da Capela de São Bento no Largo São Bento.
Desde o dia que visitei o centro tenho procurado palavras para descrever a sensação que senti ao entrar na Capela do Mosteiro de São Bento, mas fracassei, é simplesmente indescrítivel. As cores, os detalhes... a Capela é inteirinha pintada, umas misturas de vermelhos e verdes fortes com dourado, é uma pena não poder fotografar.
Quando saímos (eu e minha companheira de caminhadas por SP, Carol Machado) da Capela o sino estava tocando, provocando em mim mais uma nova sensação. Seguimos na rua em frente ao Largo São Bento, uma daquelas ruas apertadinhas do centro, onde o sol tenta transpor os prédios e a rua acaba iluminada por pequenas frestas de luz. Aquele visual, ao som daquele sino, que mais parece uma orquestra, proporcionaram uma sensação de paz como nunca senti.
Realmente sair pelo centro e se permitir um novo olhar sobre ele pode te garantir bons momentos e sem gastar um real. Viajamos tanto para tão longe, sem saber que pertinho de nós existem grande viagens.

Agora estou louca para voltar a Capela e ouvir o coral, disseram ser mais uma das coisas maravilhosas que o centro guarda com ele, em meio a toda a sua deteriorização.

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